As 12 horas de debate sobre este tema serviram
essencialmente para partilhar ideias e despertar os participantes para muitas
coisas que se fazem no dia-a-dia e que é altura de questionar.

São apenas frases, é certo, mas pressupõem o preconceito de
que há funções para homens e outras para mulheres.
E são precisamente esses
preconceitos que tornam tão difícil a vida de um rapaz que queira ser bailarino
ou a de uma rapariga que queira ser mecânica.
É altura de questionar por que motivo uma conhecida
marca de cereais de pequeno-almoço representa as atividades diárias das
crianças de forma tão estereotipada como a que vemos na imagem ao lado. Porque
é que não representaram essas mesmas atividades com pares de crianças de ambos
os sexos? Seria fácil e muito mais coincidente com a realidade atual. Assim, lá
se vão perpetuando os estereótipos: futebol é para rapazes e dançar para
raparigas…
A grande maioria das mulheres tem
atualmente uma profissão e, tal como os homens, sai de casa todos os dias cedo
e regressa a casa apenas no final do dia. Se esta realidade é idêntica para
ambos os sexos, então porque continuam a ser as mulheres as principais responsáveis
pelas tarefas domésticas, pelo acompanhamento escolar dos filhos, pelos cuidados
de saúde de todos os membros da família…? Por isso as mulheres dificilmente conseguem
atingir o topo da carreira profissional, porque faltam ao serviço muito mais do
que os homens. É a realidade, mas será justo?
Os homens são “olhados de lado”
se quiserem faltar para acompanhar o seu filho doente ou se quiserem partilhar
a licença parental com a sua companheira. É um direito que muitas vezes lhes é
negado “porque parece mal”. É altura de parar para pensar como queremos que as
crianças de hoje vivam amanhã. A natalidade está em decréscimo constante; a
sociedade não pode continuar a exigir que a mulher seja igualmente competente
no seu papel de profissional, esposa e mãe.
É urgente a educação dos jovens com base no princípio da partilha das responsabilidades
domésticas e familiares. Só assim poderemos ter um futuro mais justo e
equilibrado.
Por isso há pessoas que dedicam as suas vidas a (tentar) mudar mentalidades, por isso é importante que haja instituições como a Questão de Igualdade - Associação para a Inovação Social, que desenvolvem projetos para as escolas como o “Crescer +IGUAL”, e no qual participam várias escolas do Barreiro, incluindo a Escola Secundária de Casquilhos.
O nosso obrigado a todos os
professores e alunos que participam neste projeto!